Olhos

Publicado: janeiro 5, 2011 por slyfer052 em Contos
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                Espreguicei em minha cama, esperei mais alguns minutos antes de me levantar. Estava de férias e não ia a lugar algum, pressa era o que eu não tinha. Levantei por fim, andei até o banheiro, lavei meu rosto cheio de olheiras, e escovei os dentes. Troquei de roupas e desci as escadas. No dia anterior a este, a sala possuía dois sofás, uma TV, um rádio, alguns tapetes, e um quadro estranho pendurado na parede. Olhei para a sala, e os objetos continuavam lá. Meu irmão estava sentado no sofá jogando vídeo game.

                -Bom dia cabeçudo… – Disse ainda com sono.

                Meu irmão não me respondeu, estava concentrado demais no jogo.

                Sai da sala indo em direção a cozinha. Ouvi um choro. Virei-me, e vi uma criança no canto da sala. Um menino, de aparentemente uns cinco anos de idade agachado, com os braços cruzados sobre os joelhos e a cabeça baixa.

               Ele chorava.

               Deve ser algum amigo do Matheus que acabou brigando com ele… Pensei.

               Fui até a cozinha e peguei uma bolacha.

               -Ou, quem é o menino que tá na sala com o Matheus? – Perguntei para a empregada que limpava o armário.

               -Não tem ninguém com ele – Respondeu se esticando para alcançar a parte mais alta do armário.

               -Não?

               -Não.

               -… ok.

               Eu devo estar ficando maluco… Talvez seja o sono… – Fui para a sala. Mas o Choro continuou, eu olhei, e o menino ainda estava ali! Fiquei paralisado…

               O menino possuía um aspecto sombrio, pele pálida e alguns hematomas nas pernas. ele levantou o rosto, e se virou para mim. Dei um passo para trás. Olhei em seus olhos… – Aqueles olhos! – Olhos fundos e brancos! Senti um vazio infinito dentro de minha alma, um terror nunca habitado em meu ser. Medo, tristeza, desesperança, ódio, horror.

               A criança se levantou e se aproximou de mim, enquanto lagrimas, simplesmente brotavam de meu rosto.

               Ela parou, e sorriu com sua feição cadavérica, parecia satisfeita. Ela se virou, e andou em direção à parede, atravessando-a, e caminhou em direção ao infinito de horror e tortura.

               As lagrimas ainda escorriam.

comentários
  1. Gabi disse:

    medo. u.u

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